sexta-feira, 15 de julho de 2011

Brasil busca estrangeiros para suprir demanda na mão-de-obra

Com a economia forte e as empresas estrangeiras investindo cada vez mais no Brasil, a disputa por profissionais de média e alta gerência, estão cada vez mais acirradas no mercado brasileiro. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foram concedidos 13.034 vistos de trabalho no primeiro trimestre de 2011, dos quais 12 mil são provisórios (com validade até 90 dias). Os profissionais de embarcações de transporte de bens e mercadorias e plataformas de petróleo representam os setores que mais demandam vistos de trabalho. Por isso, Rio de Janeiro e São Paulo lideram como destino dos trabalhadores estrangeiros. Enquanto os fluminenses receberam 5,2 mil pessoas, os paulistas contaram com a vinda de cinco mil pessoas de fora do país.

Em entrevista ao NN, o Gerente da divisão de Óleo e Gás da Michael Page Internacional Brasil (empresa de recrutamento), João Amaral, diz que o Brasil vive a escassez de profissionais qualificados devido à alta demanda de oportunidades alavancada pelo pré-sal . Outra linha que as empresas buscam é evitar contratar profissionais que hoje estejam na Petrobras por ela ser considerada parceira de negócios. “Contudo vale ressaltar que apesar do crescimento do número de empresas que abrem a possibilidade para expatriados, ainda haverá muita demanda para contratação de brasileiros devido à obrigatoriedade do cumprimento do conteúdo local”, ressalta João.

De acordo com João, a escassez de mão de obra e a dificuldade de localizar um perfil em linha a oportunidade mudaram o timing dos processos seletivos. Ainda assim, para desburocratização do processo a preferência é por profissionais brasileiros, ou por brasileiros expatriados. A vinda do expatriado geralmente ocorre quando esse profissional já é empregado dessa mesma empresa e lhe é oferecido oportunidade de vir ao Brasil. “No caso da contratação do expatriado, as empresas buscam contratar como "contrato local", ou seja, estão pouco dispostas a arcar com custos normais de um profissional expatriado - custo moradia, escolar familia, etc”, diz o gerente. Para finalizar, João lembra que, como é mais difícil o expatriado aceitar essas condições, as empresas tendem a esgostar todas as possibilidade de contratação do brasileiro antes de seguir para possibilidade do expatriado. Nestes casos o processo seletivo tende a demorar um pouco mais.

Problemas

Mas nem tudo é fácil como se imagina. Apesar do déficit de profissionais qualificados e do maior interesse em migrar para o Brasil, empresários, trabalhadores e estudantes reclamam de um mesmo problema: a burocracia para os vistos de trabalho. Comparado com as grandes economias, o Brasil é um dos países que têm menor entrada de profissionais de fora. De 2006 a 2010, o número de vistos concedidos a trabalhadores estrangeiros mais que dobrou, mas continua extremamente baixo em comparação com outros países.

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